Dezembro é um mês especial. A nossa celebração favorita bate à porta e enche a nossa casa com música, luzes e alegria. Sim, só podíamos estar a falar do Natal!
Nenhuma outra época do ano provoca nas pessoas sentimentos tão intensos como o Natal. O pinheiro enfeitado no canto da sala que nos refresca a memória com momentos nostálgicos, o cheiro do bacalhau e das rabanadas que nos faz salivar e, claro, as prendas juntas à árvore de natal que aguardamos ansiosamente para desembrulhar.
Mas a época natalícia é mais do que árvores e arranjos de natal. A festividade cristã é umas das mais famosas do mundo, e por bom motivo. Em todos os cantos do globo reúnem-se famílias e mantêm-se vivos costumes religiosos e culturais.
E, embora este ano talvez não permita estar com todos os nossos entes queridos, isso não significa que não podemos festejar o Natal ao máximo na segurança da nossa habitação.
Curiosidades do Natal
Em todo o mundo, a época natalícia é comemorada de forma diferente. Em Portugal estamos familiarizados com a celebração religiosa, no dia 24, à noite, onde todos os portugueses se preparam para a ceia. Mas sabia que no Japão o Natal não é considerado feriado? Embora a data seja comemorada atualmente, os japoneses apenas se juntam no dia 25 depois de um dia normal de trabalho.
Na França, existe uma tradição muito nobre e invulgar. No dia de Natal, grande parte dos franceses vai até a casa de um inimigo para que façam as pazes. É um gesto que, para eles, simboliza a reconstrução de elos e o início de uma nova jornada.
Já na Irlanda, a população gosta de mostrar a sua admiração pelo Pai Natal de forma muito gentil, deixando-lhe uma generosa torta de carne e uma cerveja da marca Guinness. Entregar prendas a todas as crianças do mundo deve abrir o apetite…
E sabe onde vive o Pai Natal? Reza a lenda que o verdadeiro Pai Natal vive na Finlândia, com os seus ajudantes que falam todas as línguas e as suas renas Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago e Rudolfo, e que recebe aproximadamente 700 mil cartas por ano. Os finlandeses também têm por tradição comprar e decorar a árvore de Natal no último domingo antes da festividade.
Na Itália, além do Pai Natal, há a crença que uma bruxa chamada Befana entrega presentes para as crianças entre os dias 5 e 6 de janeiro. Se as crianças se comportaram bem, a Befana enche as suas meias com doces e presentes, mas caso se tenham comportado mal, a bruxa enche as meias com carvão.
Embora para a maioria o Natal seja sinónimo de frio e neve, em países como a Austrália e o Brasil a época natalícia acontece no verão. Por isso, muitas famílias comemoram a data em praias, e às vezes o Pai Natal surpreende com a sua chegada numa prancha de surf ou num barco.
Mesmo nos países em que a religião cristã é uma minoria, a época natalícia consegue ser uma altura mágica. Na Índia, as decorações das árvores são um pouco diferentes dos demais países. Os enfeites são feitos com plantas locais, principalmente folhas de bananeira e mangueira. Os enfeites são espalhados por toda a casa, além de lamparinas de argila.
Comida na Época Natalícia
A comida também varia de país para país. Em Portugal estamos habituados à posta de bacalhau e batata cozida, e para sobremesa sobretudo as rabanadas. Assim como nós, também outros países usam pratos típicos de peixe na sua ceia.
Na Rússia o prato típico é o zakuski (uma entrada à base de peixe finamente cortado e temperado com um molho especial). Ideal para acompanhar uma dose de vodka, é claro.
Mas em vários outros locais é costume comer carne. Na Dinamarca, a ceia de Natal inclui carne de porco assada, batatas cozidas e molho. O doce clássico é o risengrød (pudim de arroz com creme, baunilha, amêndoas e molho quente de cereja ou frutas vermelhas).
Na Inglaterra, o doce típico da época natalícia é o Christmas pudding, um bolo que, no recheio, esconde uma moedinha que traz sorte a quem a encontrar. O prato principal mais comum é o peru, acompanhado de batatas assadas, cenouras cozidas, repolho roxo refogado, couve de Bruxelas e Yorkshire puddings.
A comida de Natal típica do México são os chiles en nogada, uma receita à base de pimentões recheados com carne e servidos com um creme de nozes e sementes de romã.
Na França, a ceia da véspera de Natal também se chama reveillon, e envolve o preparo de pratos diferentes em cada região do país. O foie gras (patê de fígado de ganso) é um dos pratos típicos do Natal, mas a ceia costuma ser composta ainda de ostras, salmão defumado, aves (peru, ganso ou pato), vieiras e castanhas portuguesas
Na Espanha, uma ceia farta reúne as famílias na Nochebuena (a noite de 24 de dezembro). Embora o cardápio também costume variar de acordo com a região, alguns pratos típicos são a paella, mariscos, aves e doces de origem árabe, à base de mel e nozes.
Na Etiópia, o prato típico da época natalícia é o doro wat, um cozido de carne bastante condimentado, servido com injera, um pão de massa leve e esponjosa.
Nas Filipinas, um país predominantemente católico, as festas começam no dia 16 de dezembro. Os vendedores de rua costumam oferecer diversos lanches típicos, como o tsokolate (chocolate quente) e o puto bumbong, um arroz tingido de roxo e servido com manteiga e coco ralado adoçado com açúcar de cana.
Na Polônia, a ceia de Natal é composta de 12 pratos. Este número é o símbolo da riqueza, mas representa também o número dos apóstolos de Cristo e dos meses do ano.
Oops, em baixo do Azevinho toma lá um beijinho!
Na época natalícia, o azevinho é geralmente utilizado como um elemento decorativo em janelas e portas, coroas, arranjos florais e centros de mesa.
A origem deste costume começou na época em que as civilizações pagãs utilizavam o azevinho principalmente como espanta espíritos, daí o seu simbolismo enquanto planta sagrada.
Para além das civilizações pagãs, também os Romanos viam no azevinho um símbolo de paz, saúde, proteção e felicidade. Os Romanos trocavam-no como presente na Saturnália (festival Romano que se realizava, anualmente, entre 17 e 23 de Dezembro).
Segundo certos autores, o azevinho está fortemente ligado à história cristã, por ter auxiliado a esconder Jesus Cristo dos Soldados de Herodes.
O que, a título de reconhecimento, lhe terá dado a vantagem de conservar as folhas verdes por muito tempo, mesmo durante os meses frios de Inverno. Da mesma forma, as folhas espinhosas e os bagos vermelho-sangue servem para incutir nos cristãos a memória de que Cristo nasceu para ser coroado de espinhos e derramar o seu sangue para livrar todos os Homens do pecado.